Vapor Benjamim Guimarães Navega Novamente no Deslumbrante Rio São Francisco!
O Retorno do Barco a Vapor Benjamim Guimarães
Neste sábado, 3 de maio, o icônico barco a vapor Benjamim Guimarães foi colocado novamente nas águas do Rio São Francisco, em Pirapora, no Norte de Minas Gerais. Essa ação marca um importante avanço na reforma da embarcação histórica, com o objetivo de viabilizar seu retorno às atividades de navegação.
O Benjamim Guimarães estava ancorado há 12 anos e sua "reinauguração" está programada para o dia 1º de junho, em celebração ao aniversário de Pirapora. Os passeios turísticos no Rio São Francisco devem ter início no segundo semestre, em outubro ou novembro, após a resolução de algumas questões burocráticas. Esse retorno à navegação também dependerá do nível da água no rio.
Considerada a única embarcação movida a vapor a lenha ainda em operação no mundo, o Benjamim Guimarães foi retirado da água há cinco anos, passando por um processo de restauração em um local próximo ao porto de Pirapora. A recuperação é responsabilidade da Indústria Naval Catarinense, sendo financiada pelo Ministério de Minas e Energia e Eletrobrás, a partir de um investimento federal de R$ 5,8 milhões, parte do Programa de Revitalização dos Recursos Hídricos das Bacias Hidrográficas do Rio São Francisco e do Rio Parnaíba.
Para facilitar o retorno do barco ao rio, foi necessário aumentar a liberação de água na Usina Hidrelétrica de Três Marias, passando de 200 m³/s para 650 m³/s. Essa solicitação foi feita pela Prefeitura de Pirapora e pela Eletrobrás à Cemig, permitindo que o peso de 243 toneladas do barco pudesse ser suportado.
A operação para colocar a embarcação na água foi meticulosamente planejada, utilizando boias e escavadeiras, sempre sob a supervisão de técnicos. O presidente da Empresa Municipal de Turismo de Pirapora (Emutur), Elton Jackson Gomes da Mota, ressaltou que no sábado a estrutura foi apenas colocada na água, continuando os trabalhos de reforma e testes de flutuabilidade, sem que a caldeira tivesse sido acionada.
Elton destacou a importância cultural do Benjamim Guimarães, como um atrativo turístico vital para Pirapora, que agrega valor à economia local. Durante a revitalização, a embarcação passou por uma reforma completa na parte de madeira, recebeu novas caldeira e chaminé, e teve grande parte da estrutura do casco e da casa de máquinas reestruturada. O resultado é um barco renovado e bonito, simbolizando orgulho não apenas para Pirapora, mas para Minas Gerais e todo o Brasil.
A entrega oficial do barco atualizado à Emutur e à Prefeitura ocorrerá no dia 26. Após a reinauguração, que será comemorada em junho, a administração municipal planeja manter contato com a Marinha do Brasil para as inspeções necessárias antes de retomar os passeios. Também haverá colaboração com o Departamento de Infraestrutura em Transportes Terrestres (Dnit) para garantir a sinalização dos pontos de navegação no leito do rio.
História do Benjamim Guimarães
Construído em 1913 pelo estaleiro norte-americano James Rees & Sons, o Benjamim Guimarães iniciou suas atividades no Rio Mississipi. Posteriormente, foi trazido ao Brasil, onde, após um período no Rio Amazonas, começou a operar no Rio São Francisco em 1920. A embarcação foi adquirida por uma empresa local em meados da década de 1920 e renomeada em homenagem ao patriarca da família proprietária.
O barco tornou-se um importante meio de transporte, unindo comunidades ribeirinhas e contribuindo para o comércio e a troca cultural. Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais em 1985, o Benjamim Guimarães navegou pelo trecho de 700 quilômetros entre Pirapora e Juazeiro, na Bahia, transportando não somente pessoas, mas também tradições e histórias.
A partir da década de 1980, a embarcação passou a ser utilizada para passeios turísticos, mas em 2013 parou de navegar devido a problemas na caldeira e outras avarias. O processo de recuperação ficou estagnado até que, em 2024, sob a promoção de um programa federal, conseguiu financiamento para a revitalização, permitindo assim que o Benjamim Guimarães retome seu papel importante na história e cultura da região.
Com a revitalização do Benjamim Guimarães, espera-se não só a ressurreição de uma parte significativa da história local, mas também um impulso ao turismo e à economia de Pirapora, reafirmando a importância desse patrimônio para todos que habitam a região.
