
Diretor Revela: O Pior Já Ficou para Trás Após Grande Sustos no 1º Trimeste?
O Banco do Brasil recentemente divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2025, e a performance deixou alguns analistas preocupados. Apesar de o lucro e a rentabilidade terem ficado abaixo das expectativas, a gestão do banco tenta suavizar as críticas.
Durante uma teleconferência sobre os resultados, Geovanne Tobias, vice-presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos, descreveu este período como “incomparável” em comparação aos trimestres anteriores. Essa afirmação se deve a novas normas que equiparam as regras brasileiras às internacionais, facilitando a exigência de maior provisionamento. Esse aumento nas reservas impactou a margem de lucro do banco.
Outro ponto crítico foi a inadimplência no setor agro, que ficou acima do esperado, gerando preocupações em relação ao estado da carteira de créditos. Tobias comentou que a deterioração dessa carteira já era antecipada e que o trimestre atual deve ser visto como um momento de transição.
Em contraponto, a CEO, Tarciana Medeiros, ressaltou que o resultado de R$ 7,4 bilhões marca o terceiro melhor primeiro trimestre da história do Banco do Brasil, e enfatizou a diversificação da carteira de crédito, que inclui aproximadamente 30% nas áreas de agro, pessoa física e jurídica.
Questionado sobre a possibilidade de uma melhora nos resultados, Tobias explicou que o banco está avaliando os impactos das novas resoluções. Ele destacou a expectativa de produção recorde na colheita, que, se combinada com as medidas de cobrança já implementadas, poderá estabilizar a carteira de crédito. Ele também lembrou que a colheita acontece entre março e abril, e a comercialização ocorre logo depois.
Entretanto, ele adianta que o segundo trimestre será crucial para determinar se esses resultados vão melhorar ou permanecerão em patamares semelhantes. A partir da nova safra, as expectativas são positivas para o segundo semestre.
Outro aspecto preocupante para o banco foi a redução do ROE (retorno sobre o patrimônio líquido), que caiu para 16,7%, abaixo de concorrentes como o Santander e o Itaú. Tobias reiterou a confiança na capacidade do banco de gerar retornos acima do custo de capital, mesmo em um cenário de elevação da inadimplência.
Ele destacou também que, com a provável queda na taxa de juros no futuro, haverá um efeito positivo nas margens financeiras do banco. A previsibilidade em relação a esse corte varia entre o final deste ano e o início do próximo.
No contexto da inadimplência no agro, uma das soluções propostas seria dialogar com o Banco Central para encontrar maneiras de facilitar a implementação das novas normas. A CEO do Banco do Brasil afirmou que já estão sendo iniciadas conversas com o regulador para desenvolver abordagens diferenciadas para a carteira do agro, dado que suas operações apresentam fluxos de pagamento específicos.
Esses ajustes no tratamento do crédito rural podem ser fundamentais para o banco, especialmente em um cenário de transição e adaptações às novas regulamentações. Os próximos trimestres serão, portanto, uma fase crucial de avaliação e possível recuperação para o Banco do Brasil.