
Comando Vermelho Anuncia Trégua Surpreendente para Reunião do G20 no Rio!
A cúpula do Comando Vermelho (CV) ordenou uma tregua de sete dias, suspensa de conflitos e roubos, em virtude da reunião do G20 realizada no Rio de Janeiro em fevereiro do ano passado. Essa informação foi descoberta pela Polícia Federal através de mensagens de um traficante chamado Arnaldo da Silva Dias, conhecido como Naldinho, que está preso. Naldinho integra um conselho do CV, composto por líderes do tráfico detidos, e é visto como o porta-voz da facção.
Na comunicação que vazou, Naldinho mencionou que um representante das autoridades solicitou esse período de paz. A investigação não conseguiu identificar qual autoridade fez o pedido. O relato da Polícia Federal mostrou que Naldinho, condenado a mais de 50 anos de prisão por tráfico e homicídio, é responsável por intermediar ordens dentro da organização criminosa.
Em um “salve” enviado em 22 de fevereiro, Naldinho disse que todos estavam de acordo com a ordem de não cometer atos de violência ou roubo. Esse comunicado ocorreu em um dia de reuniões ministeriais no Rio, envolvendo representantes de 20 países.
A mensagem de Naldinho não apenas expressa a determinação da facção em evitar conflitos, mas também seus esforços para manter a ordem interna. O traficante até pediu ajuda de um outro líder, Edgar Alves Andrade, conhecido como Doca, para redigir o comunicado. A primeira versão do texto continha uma ameaça para aqueles que desobedecessem à regra, mas Doca o convenceu a suavizar a linguagem.
Duas semanas depois, em um novo comunicado, Naldinho reiterou que os roubos de veículos estavam proibidos e que não haveria mais desculpas para desobediência. Ele também anunciou um novo modelo de parceria com a facção Amigos dos Amigos (ADA), uma antiga rival. O acordo estabeleceu novas regras para a convivência entre as comunidades ligadas ao CV e à ADA.
Naldinho também se envolveu na organização de rifas entre os membros da facção, oferecendo como prêmio fuzis de alto calibre. Além disso, foi identificado que ele tinha planos para uma fuga em massa do Complexo de Gericinó, incluindo a construção de um túnel. Em semanas seguintes, a polícia descobriu o túnel, mas este não foi concluído.
Com base em mensagens interceptadas, a Polícia Federal requisitou a transferência de Naldinho para um presídio federal, a fim de evitar sua influência nas operações criminosas. Essa movimentação já havia sido solicitada anteriormente, sem sucesso. Naldinho, através de seus advogados, argumentou que não havia evidências concretas que justificassem sua transferência.
A situação revela não apenas a complexidade das relações entre as facções, mas também o impacto que a política e eventos externos, como reuniões internacionais, podem ter sobre o cotidiano do crime organizado no Brasil. A dinâmica interna do CV e suas interações com outras facções mostram um sistema de comunicação e liderança sólido, que se adapta mesmo em meio à repressão policial.