O duelo entre Palmeiras e Corinthians pela semifinal da Copa Libertadores de 2000 é lembrado como um dos momentos mais icônicos do futebol brasileiro. A atmosfera estava carregada de tensão e rivalidade, reforçada pela importância de uma vaga na final continental. O confronto não era apenas um jogo; era uma questão de honra e glória para as torcidas.
Na noite de 6 de junho, o Estádio do Morumbi se transformou em um verdadeiro caldeirão, com mais de 45 mil torcedores presentes e milhões assistindo pela televisão. De um lado, o Palmeiras, atual campeão da América, comandado por Luiz Felipe Scolari; do outro, o Corinthians, que havia conquistado o Mundial da FIFA meses antes sob a direção de Oswaldo de Oliveira. A rivalidade estava em seu auge, e a expectativa para a partida era a mesma de uma final de Copa do Mundo.
O jogo foi marcado por uma montanha-russa de emoções. O primeiro tempo começou com o Palmeiras abrindo o placar aos 34 minutos, com gol de Euller. No entanto, o Corinthians igualou a situação, quando Luizão marcou, após um escanteio de Marcelinho Carioca. A partida seguia tensa e eletrizante, cheia de reviravoltas.
No segundo tempo, o Corinthians passou à frente com mais um gol de Luizão, mas o Palmeiras não se deixou abater: Alex e Galeano garantiram a virada. Com isso, o placar agregado ficou em 6 a 6, levando a decisão para os pênaltis, um verdadeiro ápice do clássico.
As cobranças de pênaltis estavam em alta tensão, com ambos os goleiros, Dida e Marcos, mostrando seus talentos. Todos os jogadores convertendo suas penalidades até que chegou a vez de Marcelinho Carioca, o grande ícone do Corinthians. Ele bateu, mas Marcos fez uma defesa milagrosa, eternizando-se como um herói para a torcida palmeirense. O momento se tornou emblemático na história do futebol.
O Palmeiras avançou à final, embora tenha perdido para o Boca Juniors. Aquele jogo também simbolizou o fim de um ciclo para o time de Felipão, enquanto o Corinthians enfrentou um período de crise que durou até a sua conquista da Libertadores em 2012, novamente contra o Boca.
Esse duelo de 2000, considerado por muitos o maior Dérbi da história, ficou marcado não só pela rivalidade e pela qualidade técnica, mas também pela intensidade dramática que ele trouxe. A defesa de Marcos no pênalti de Marcelinho se tornou um símbolo eterno deste capítulo inesquecível do futebol brasileiro.
Ficha Técnica
- Competição: Copa Libertadores da América 2000 – Semifinal (jogo de volta)
- Data: 6 de junho de 2000
- Local: Estádio do Morumbi, São Paulo (SP), Brasil
- Público: 45.950 torcedores
Escalações:
Palmeiras: Marcos; Rogério, Argel, Roque Júnior e Júnior; César Sampaio (Tiago), Galeano e Alex; Pena (Luiz Cláudio), Marcelo Ramos e Euller (Asprilla).
Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Corinthians: Dida; Daniel (Índio), Fábio Luciano, Adílson e Kléber; Vampeta, Edu, Marcelinho Carioca e Ricardinho; Edílson e Luizão (Dinei).
Técnico: Oswaldo de Oliveira.
Gols:
- Euller (Palmeiras) – 34′ do 1º tempo
- Luizão (Corinthians) – 39′ do 1º tempo
- Luizão (Corinthians) – 7′ do 2º tempo
- Alex (Palmeiras) – 14′ do 2º tempo
- Galeano (Palmeiras) – 26′ do 2º tempo
Pênaltis: Palmeiras 5×4 Corinthians
- Convertidos: Marcelo Ramos, Roque Júnior, Alex, Asprilla e Júnior (Palmeiras); Ricardinho, Fábio Luciano, Edu e Índio (Corinthians).
- Desperdiçado: Marcelinho Carioca (defendido por Marcos).
