
Galípolo Enxerga Chance de Conciliação Fiscal e Mantém Mistério sobre Próxima Decisão dos Juros!
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, expressou, em um evento recente, sua perspectiva otimista sobre a atual confluência de interesses entre o Executivo, o Legislativo e o setor privado, focada em uma agenda estrutural para o equilíbrio fiscal. Para ele, esse ambiente de diálogo representa uma oportunidade valiosa para que o Brasil se destaque no cenário internacional.
Galípolo ressaltou a importância da colaboração entre as diferentes esferas do governo, citando a abertura para diálogo por parte do presidente Lula e outras lideranças políticas. Ele acredita que essa iniciativa é crucial para transmitir um sinal claro de sustentabilidade fiscal num momento em que muitos países enfrentam desafios relacionados à dívida pública, exacerbados por fatores como a pandemia e tensões geopolíticas.
De acordo com Galípolo, se o Brasil conseguir manter uma posição de sustentabilidade fiscal, isso poderá facilitar a atração de investimentos externos, o que seria benéfico para o desenvolvimento econômico do país. Ele enfatizou que a política fiscal exige um esforço conjunto, comparando isso à autonomia do Banco Central na política monetária, onde decisões podem ser tomadas de forma mais independente, mesmo que isso resulte em descontentamentos.
Galípolo também comentou sobre a necessidade de um consenso em torno das reformas estruturais, afirmando que esse entendimento é essencial para enfrentar os desafios econômicos. Segundo ele, toda decisão econômica implica trade-offs, ou seja, escolhas que podem gerar discordância entre os diversos grupos sociais.
Sobre o impacto da incerteza fiscal na política monetária, Galípolo destacou que as diretrizes do Banco Central estão fundamentadas em flexibilidade e cautela. Ele mencionou que a flexibilidade permite analisar as opções com base nos dados disponíveis a cada reunião, enquanto a cautela é importante em momentos de incerteza, evitando movimentos bruscos nas taxas de juros.
No mesmo evento, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, comentou que um projeto que busca cancelar um recente aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pode ser discutido em breve, dependendo de reuniões que ocorrerão entre o Ministério da Fazenda e as lideranças do Congresso.
Galípolo reafirmou que as decisões relacionadas à taxa Selic continuarão a ser fundamentadas nas análises de dados disponíveis e que o Banco Central mantém seu compromisso em controlar a inflação, que é um dos pilares da sua atuação. A interação entre as políticas fiscal e monetária será monitorada de perto, uma vez que ambas impactam a realidade econômica e as projeções futuras.
Essa abordagem colaborativa e pragmática sobre as questões fiscais e monetárias é vista como um passo necessário para assegurar um desenvolvimento econômico sólido e sustentável no Brasil, em um momento em que muitos países lidam com tensões econômicas globais.