
Alckmin propõe diálogo com os EUA para eliminar tarifas de Trump: a surpreendente possibilidade de reciprocidade!
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, considerou a possibilidade de o Brasil adotar o princípio da reciprocidade em resposta às novas tarifas propostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para produtos brasileiros. No entanto, Alckmin afirmou que a melhor solução seria buscar um entendimento negociado.
Ele explicou que o comércio internacional deve ser uma via de benefício mútuo, enfatizando que a reciprocidade não se resume a alíquotas iguais. “Reciprocidade significa vender mais onde temos vantagem competitiva e comprar produtos onde somos menos competitivos. Isso é fundamental”, disse Alckmin.
Além dele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também mencionaram a possibilidade de implementar novas tarifas sobre produtos norte-americanos, mas como Alckmin, destacaram a importância da negociação como caminho preferencial.
Alckmin ainda sugeriu que uma das estratégias possíveis seria estabelecer com o governo americano um limite de produtos brasileiros que poderiam ser importados sem a incidência de novas tarifas. Ele lembrou que, em negociações anteriores, como em 2018, a criação de cotas foi uma solução para questões relacionadas ao aço, e isso poderia ser um modelo a ser considerado novamente.
Ele ressaltou que alguns produtos brasileiros, como o etanol, têm vantagens competitivas que podem favorecer as negociações. O etanol brasileiro é produzido a partir da cana-de-açúcar e é menos poluente, reduzindo a pegada de carbono, o que pode ser um aspecto valorizado pelos consumidores americanos.
Alckmin se mostrou otimista em relação ao avanço das negociações, argumentando que o Brasil não representa um problema comercial para os Estados Unidos. Ele destacou que a balança comercial entre os dois países é equilibrada, com exportações brasileiras para os EUA totalizando cerca de 40 bilhões de dólares, e importações na mesma faixa de valor. Quando se considera serviços, os EUA apresentam um superávit em suas transações com o Brasil, o que demonstra uma relação comercial saudável.
O vice-presidente também apresentou dados sobre os principais produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos, que incluem óleos brutos, produtos de ferro e aço, café, entre outros. Do lado das importações, os Estados Unidos fornecem ao Brasil uma variedade de produtos, incluindo gás natural liquefeito e óleos brutos de petróleo.
Com isso, as autoridades brasileiras estão em diálogo contínuo com o governo dos EUA, buscando soluções que possam beneficiar as duas nações nas suas relações comerciais, enquanto se preparam para lidar com as novas tarifas e suas implicações.