Alerta Econômico: Perspectiva de Nota do Brasil em Risco Após Crise Fiscal!

A agência de classificação de risco Moody’s alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil, rebaixando-a de positiva para estável. Embora a nota para o país como emissor de longo prazo em moeda local e estrangeira tenha sido mantida, essa mudança reflete uma percepção de crescente risco em relação à capacidade de pagamento da dívida do governo.

No passado, a Moody’s havia elevado a nota de crédito do Brasil, colocando o país a um passo do grau de investimento, perdido em 2016. Recentemente, o Brasil apresentou um crescimento de 1,4% no PIB no primeiro trimestre de 2025, impulsionado pelo setor agropecuário. No entanto, a Fazenda destacou seu compromisso com ajustes fiscais e reformas após o rebaixamento da perspectiva.

Segundo a Moody’s, a decisão de rebaixar a perspectiva revela uma diminuição dos fatores positivos que podem impactar o crédito do Brasil. Isso se deve a um agravamento da capacidade de pagamento da dívida e a um progresso mais lento do que o esperado em relação aos gastos públicos e à credibilidade da política fiscal.

Os analistas da agência observaram que, apesar da mudança na perspectiva, a nota “Ba1” se mantém, refletindo a robustez e a diversificação da economia brasileira, além da resiliência a choques externos. Contudo, o atual ciclo de aumento nas taxas de juros, que estão em 14,75% ao ano, pressiona os pagamentos da dívida, resultando em déficits fiscais mais elevados e um acúmulo de dívida maior do que se previa para 2025 e 2026.

A Moody’s projeta que a relação entre a dívida pública e o PIB do Brasil deve estabilizar-se em torno de 88% nos próximos cinco anos, um aumento em comparação à previsão anterior de 82%. As rígidas despesas governamentais e o crescimento das despesas com juros têm limitado a capacidade de implementar cortes adicionais.

Para melhorar a situação fiscal, a agência sugere que medidas como a redução da vinculação de receitas e a indexação de benefícios possam aumentar a flexibilidade fiscal. Isso permitiria ao governo responder de maneira mais eficiente a possíveis choques econômicos.

A Moody’s também identificou que reformas estruturais mais profundas são essenciais. Para que a nota do Brasil seja elevada no futuro, considera necessário aprovar reformas que abordem a rigidez do gasto e aprimorem a política monetária, visando reduzir a vulnerabilidade fiscal. Por outro lado, um eventual rebaixamento da nota poderia ocorrer em caso de retrocessos nas políticas fiscais ou uma queda na confiança do investidor.

A agência ressalta que a força recente da economia brasileira é resultado das reformas implementadas por administrações anteriores e da crescente credibilidade da agenda econômica. Apesar de progressos, os desafios permanecem, especialmente em relação à rigidez dos gastos e à sensibilidade das contas públicas às taxas de juros, limitando a possibilidade de uma elevação do rating no curto prazo.

Em contraste ao cenário atual, um ano atrás, a Moody’s havia elevado a perspectiva da nota de estabilidade para positiva, destacando os avanços na consolidação fiscal que poderiam contribuir para estabilizar a dívida do país. Agora, o futuro econômico e fiscal do Brasil depende de decisões e reformas que podem moldar a trajetória da nota de crédito nos próximos anos.

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