O Santos Futebol Clube, recentemente abalado por anos de más gestões culminando no seu inédito rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro, enfrenta um momento crucial. Uma parte significativa da torcida clama por uma transformação do clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), buscando uma administração mais profissional e um melhor suporte financeiro.
Os torcedores se inspiram no exemplo do Botafogo, que deixou a Série B em 2021 e, apenas três anos depois, conquistou a Série A e a Copa Libertadores da América. Essa trajetória positiva alimenta a esperança de que a mudança para SAF possa trazer ao Santos uma nova era de sucesso no futebol brasileiro. Em redes sociais, a hashtag #SAFnoSantos tem sido bastante utilizada, refletindo o desejo da torcida por uma mudança significativa na gestão do clube.
No que diz respeito à viabilidade dessa transformação, o Santos já deu passos em direção à SAF. Em 2022, durante a presidência de Andres Rueda, o clube atualizou seu Estatuto Social, permitindo a possibilidade de se tornar uma SAF. No entanto, segundo o Estatuto vigente, o Santos teria que manter a maioria das ações, ou seja, um mínimo de 51%, para garantir sua influência nas decisões relacionadas ao clube.
Isso implica que qualquer grupo que deseje adquirir a SAF do Santos, na prática, teria no máximo 49% das ações, dependendo da aprovação do Conselho Deliberativo para ações relevantes no futebol. Portanto, a possibilidade de transferir completamente o controle do clube para uma empresa ou grupo de investidores é limitada.
Diversas especulações surgiram em torno do retorno de Neymar ao Santos, especialmente com seu afastamento do time Al Hilal, da Arábia Saudita. O interesse, que supostamente envolveria o pai do jogador e outros investidores, ainda não foi discutido nos círculos de decisão do clube, segundo fontes da diretoria.
Recentemente, Marcelo Teixeira, atual presidente do Santos, expressou sua favorabilidade à SAF, desde que a identidade do clube não seja comprometida. Ele enfatizou que, apesar das vantagens em termos de investimento e diminuição de dívidas, é essencial que a mudança ocorra em um momento adequado e com condições que respeitem a tradição do clube.
Atualmente, o futebol brasileiro observa um crescimento na adoção do modelo SAF, com várias equipes na Série A, B, C e D já aproveitando essa estrutura de gestão. O Santos, diante desse cenário, enfrenta o desafio de se reinventar e buscar estabilidade para superar a crise e otimizar seu potencial na competição nacional e internacional. A demanda por mudanças estruturais claras é um reflexo da urgência que a torcida sente em relação ao futuro do clube.
