Azul (AZUL4): Entenda a Queda de 30% e o Impacto do Corte de Rating da S&P!

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Azul enfrenta grandes perdas no Ibovespa durante o pregão desta quarta-feira (21) (Imagem: iStock/Matheus Obst)

A companhia aérea Azul (AZUL4) registrou um desempenho negativo significativo no Ibovespa nesta quarta-feira (21), após a agência de classificação de risco S&P rebaixar sua nota de crédito de CCC+ para CCC-. Essa mudança reflete um aumento no risco de inadimplência, o que preocupa investidores e analistas do mercado.

As ações da Azul fecharam em R$ 1,02, com uma queda de 5,56%. Durante a sessão, os papéis chegaram a cair 7,41%, atingindo R$ 1,00, o que gera preocupações sobre a estabilidade financeira da empresa. No acumulado do mês, as ações já apresentam uma desvalorização de 30,61%.

O rebaixamento da nota contribui para um cenário já difícil, pois investidores tendem a exigir juros mais altos em situações de maior risco. Além disso, segundo as regras da B3, se a ação fechar abaixo de R$ 1 por 30 pregões consecutivos, a empresa terá que apresentar um plano para reverter essa situação.

A companhia se encontra em um momento desafiador, especialmente com rumores sobre a possibilidade de entrar com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11. Nos últimos cinco dias, as ações da empresa desvalorizaram quase 15%, e no último mês a queda já ultrapassa 65%. Desde o início do ano, o recuo total é de 71%.

Queda das ações da Azul: o que está acontecendo?

A desvalorização das ações da Azul se intensificou entre o final de abril e agora, um período marcado por eventos importantes. No final de abril, foi divulgada a oferta pública de ações preferenciais (follow-on) como parte do processo de reestruturação financeira da empresa.

A operação levantou R$ 1,66 bilhão com a emissão de 464 milhões de novas ações. Inicialmente, a Azul havia planejado emitir cerca de 450 milhões de ações, com a possibilidade de aumentar esse número para até 700 milhões, o que poderia movimentar até R$ 4,1 bilhões. Contudo, a resposta do mercado foi negativa, afetando ainda mais o preço das ações.

Em um movimento subsequente, a Azul garantiu um financiamento adicional de R$ 600 milhões com credores, o que pode ajudar a melhorar sua liquidez. No relatório do primeiro trimestre de 2025, a empresa anunciou um lucro líquido de R$ 783,1 milhões, revertendo um prejuízo de R$ 1,1 bilhão do ano anterior. No entanto, o prejuízo ajustado foi de R$ 1,8 bilhão, uma alta de 460,4%, mostrando um quadro misto de recuperação e desafios financeiros.

O EBITDA caiu 2,1% em relação ao ano anterior, somando R$ 1,3 bilhão, com a margem EBITDA estabelecida em 25,7%, um recuo de 4,6 pontos percentuais em relação ao ano anterior. A companhia atribuía essas dificuldades à desvalorização do real em relação ao dólar, ao aumento nos preços dos combustíveis e à inflação.

O setor aéreo enfrenta desafios significativos, especialmente relacionados ao petróleo, que afeta o preço do querosene de aviação e, consequentemente, os custos operacionais. Além disso, a flutuação cambial encarece o leasing de aeronaves e outros custos que dependem da moeda estrangeira.

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