
Bolsonaro se Recusa a Passar a Faixa: O Que Isso Significa para o Brasil?
O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu nesta terça-feira a um depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) para explicar sua ausência na cerimônia de posse do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. Bolsonaro afirmou que, por convicções políticas, decidiu não entregar a faixa presidencial ao novo mandatário. Ele destacou: “Não passei porque não ia me submeter a passar a faixa para esse atual mandatário”.
Antes da posse, em 30 de dezembro de 2022, Bolsonaro deixou o Brasil e se deslocou para os Estados Unidos, permanecendo lá por um período.
### Críticas ao STF
Durante seu depoimento, o ex-presidente fez críticas ao STF, abordando assuntos como as punições às pessoas envolvidas nos eventos de 8 de janeiro e suas próprias sanções durante o último período eleitoral. Ele expressou respeito pela Corte e pediu desculpas por comentários que possam ter sido interpretados como um desabafo.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusou Bolsonaro de ter liderado um suposto plano para impedir a posse de Lula, mencionando um plano chamado “Punhal Verde-Amarelo”, que, segundo a acusação, envolveria a tentativa de assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes. Bolsonaro negou qualquer envolvimento nas articulações. Apesar disso, ele continua como réu em inquéritos no STF, que continuam a ampliar as investigações, mirando aliados e militares próximos ao ex-presidente.
### Interações com Flávio Dino
Além disso, Bolsonaro respondeu a indagações feitas pelo ministra Alexandre de Moraes, enfatizando que suas críticas ao sistema eleitoral não são uma novidade no cenário político brasileiro. Ele observou que tais questionamentos são parte do debate público e mencionou críticas semelhantes de figuras políticas anteriores, como Flávio Dino, atual ministro do STF e ex-ministro da Justiça no governo Lula. Dino, em 2010, fez declarações sobre fraudes nas eleições, embora tenha sido eleito posteriormente em 2014 e reeleito em 2018.
Esses eventos refletem um clima tenso e polarizado no Brasil, onde debates sobre a legitimidade do processo eleitoral e as ações das instituições têm sido uma constante nas conversas políticas.