
O futebol feminino tem apresentado um crescimento significativo nos últimos anos, impulsionado por investimentos tanto de clubes quanto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No entanto, ainda existem desafios a serem enfrentados, como o preconceito e a sensação de exclusão. A jogadora Pardal, nova zagueira do Santos, compartilhou suas experiências sobre as dificuldades e as mudanças necessárias para tornar o esporte mais inclusivo.
Segundo Pardal, enfrentar preconceitos é parte da rotina de ser mulher no futebol. Ela destaca que muitos se opõem à presença feminina no esporte, argumentando que não pertencem a esse ambiente. “Todos os dias precisamos lutar contra ideias retrógradas, que insistem em afirmar que não temos espaço aqui, mesmo quando nossas ações demonstram o contrário”, afirmou a jogadora. Isso se manifesta não apenas em comentários negativos nas redes sociais, mas também nas desigualdades estruturais entre o futebol masculino e feminino, incluindo questões financeiras e condições de jogo.
Pardal lembrou que, ao longo de sua trajetória, muitas colegas de profissão já enfrentaram preconceitos por serem mulheres em um ambiente tradicionalmente masculino. Ela compartilhou uma experiência pessoal de sua infância, quando foi criticada por jogar futebol com meninos. “Sempre quis ser jogadora profissional e, com muito esforço e apoio familiar, consegui”, declarou.
Para a zagueira, é fundamental promover uma mudança na mentalidade, tanto de homens quanto de mulheres, para que a presença feminina no esporte seja naturalizada. “Precisamos de mulheres em posições de poder dentro dos clubes e federações, para que o futebol feminino seja visto como algo comum”, enfatizou.
Ela reconhece que essa questão não é nova, mas ainda é necessária uma evolução nas percepções sobre o papel da mulher, não só no futebol, mas na sociedade como um todo. Este processo envolve uma educação contínua e ações que mostrem a participação ativa das mulheres no esporte.
Sobre a carreira de Pardal, a zagueira tem uma trajetória rica no futebol feminino. Anunciada pelo Santos para a temporada de 2025, ela já passou por clubes importantes, como Juventus-SP, São Caetano, Osasco Audax e Corinthians, onde conquistou títulos significativos, como a Libertadores Feminina e o Campeonato Brasileiro. Além disso, Pardal teve a oportunidade de atuar ao lado de jogadoras renomadas e fez parte da Seleção Brasileira de base, vencendo o Sul-Americano Sub-20 em 2012.
Com sua experiência e determinação, Pardal busca não apenas brilhar em campo, mas também contribuir para um ambiente mais acolhedor e igualitário no futebol feminino, inspirando futuras gerações a seguirem seus sonhos.