Desastre na Freguesia do Ó: Chuva Devastadora Causa Prejuízos em SP!

Na manhã desta terça-feira (19), comerciantes e moradores da Freguesia do Ó, localizada na zona norte de São Paulo, começaram a limpar suas casas e estabelecimentos após uma forte chuva que atingiu a região na noite anterior. O temporal resultou na morte de uma mulher e deixou inúmeras propriedades alagadas.

Valdir Aparecido Ramos, um aposentado de 69 anos, descreveu a situação como chocante. Mesmo sabendo que as chuvas podem ser severas, ele não esperava ver sua casa tomada pela água. Valdir tentou conter a infiltração na entrada de sua residência, mas a pressão da água foi tão intensa que ele não conseguiu. Acabou machucando a cabeça e precisou de atendimento médico. Além dos danos materiais, que incluem a perda de móveis, eletrodomésticos e carros, Valdir ainda não conseguiu calcular a extensão total dos prejuízos em sua casa, onde vive desde os anos 90.

“Todo mundo perdeu. Agora vamos limpar e depois contar o que conseguimos salvar”, comentou Valdir, que recebia familiares em sua casa para ajudá-lo na organização. Ele também expressou preocupação com a segurança, uma vez que sua casa ficou vulnerável após a inundação, temendo que ladrões levem o que sobrou de seus bens.

Gilson Pereira, proprietário de uma oficina na avenida Edgar Facó, teve uma experiência semelhante. Ele viu através das câmeras de segurança as águas invadindo o local, mas não pôde chegar até lá devido às inundações. Assim que a chuva cessou, Gilson passou a noite em sua oficina, temendo furtos, já que ladrões circulavam pela área. Ele estima ter perdido cerca de R$ 500 mil em equipamentos, maquinário e três carros, e se mostrou desiludido com a situação, indicando que, se enfrentar outra tempestade desse tipo, poderá ter que encerrar suas atividades.

Próximo à oficina, uma farmácia também sofreu grandes perdas, com cerca de 90% do estoque danificado. Os funcionários trabalharam arduamente para remover móveis e a lama que invadiu o local.

A Prefeitura de São Paulo, em resposta às reclamações, explicou que a região teve uma tempestade com a precipitação de quase 70 mm em menos de duas horas, além de rajadas de vento de até 46,7 km/h. A administração municipal afirmou que tal volume de chuva representa aproximadamente 11,7% da média esperada para o mês de fevereiro.

Desde 2021, a administração já executou 16 intervenções na área para mitigação de riscos e outras estão em andamento. A gestão municipal comunicou que o Ribeirão Verde, que corre ao longo da avenida General Edgar Facó, já é canalizado. Estão sendo realizados estudos em parceria com a Universidade de São Paulo para identificar pontos críticos e definir ações a serem adotadas futuramente.

Na rua Afonso Pelaes, as casas sofreram danos significativos. Moradores recordaram que já vivenciaram situações semelhantes em 2009.

Celio José da Silva, de 75 anos, relatou que a pressão da água causou um buraco em sua casa. Ele vive com mais quatro pessoas no local desde 2008 e, após a tempestade, decidiu que não poderia permanecer ali. Ele e sua família enfrentaram a água, que chegava à altura do peito, e contaram com a ajuda de vizinhos para deixar a residência.

“Perdemos tudo, vamos primeiro limpar e depois ver o que fazer”, lamentou Celio, que também se preocupa com a segurança da sua propriedade. Apesar da adversidade, ele tenta manter um espírito positivo: “Pelo menos estamos vivos. Como diz o ditado, vai-se o anel, mas ficam os dedos.”

Esse relato mostra a resiliência dos moradores da Freguesia do Ó diante de uma situação difícil, enquanto as autoridades buscam soluções para melhorar a infraestrutura da região e minimizar os danos provocados pelas chuvas intensas.

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