Descubra o Segredo por Trás do Salto da Estônia em Educação e Tecnologia!

A Estônia, um pequeno país báltico com apenas 1,3 milhão de habitantes, tem se destacado como um gigante em tecnologia. Desde que recuperou sua independência em 1991, após a dissolução da União Soviética, a nação fez grandes avanços, transformando-se em um exemplo notável de crescimento econômico e inovação.

Em 1993, a Estônia enfrentava grandes desafios, apresentando um PIB per capita de apenas US$ 1.100, comparado a US$ 3.700 do Brasil. Contudo, nos últimos 30 anos, o cenário mudou drasticamente: o PIB per capita estoniano cresceu para impressionantes US$ 30 mil, enquanto o do Brasil cresceu menos de três vezes. Essa transformação é um testemunho da visão e das reformas ousadas adotadas pelo país.

Atualmente, estou em Tartu, no sul da Estônia, gravando a 9ª temporada da série “Expresso Futuro”. A ideia aqui é explorar o que o Brasil pode aprender com essa nação. A Estônia já produziu pelo menos dez “unicórnios” — startups avaliadas em mais de um bilhão de dólares — como Skype, TransferWise, Bolt e Veriff. Além disso, possui um governo digitalmente avançado, que permite acesso a todos os serviços públicos via celular. Na educação, o país brilha, ocupando o primeiro lugar na Europa no ranking Pisa, superando até mesmo a Suíça.

Recentemente, tive a oportunidade de conversar com a ministra da Educação, Kristina Kallas. Ela me contou que, em 1996, a Estônia fez uma importante descoberta: a internet seria fundamental para a vida moderna. Com isso, decidiu implementar a inclusão de computadores e internet em todas as escolas em 1997, uma decisão realmente ousada para a época.

O objetivo da educação na Estônia é claro: preparar os alunos para a vida prática, não apenas para acumular conhecimento teórico. Por isso, além do currículo tradicional, os estudantes aprendem habilidades práticas como culinária, marcenaria e uso de ferramentas. A escolha de integrar a internet na educação foi um passo crucial, que se revelou eficaz. Nos anos 2000, Ahti Heinla, um programador estoniano, lançou o KaZaA, um dos primeiros sucessos globais do país, que possibilitava o compartilhamento de arquivos.

Essa inovação foi um precursor do Skype, que Ahti Heinla co-fundou, e que mais tarde foi adquirido pela Microsoft por US$ 8,5 bilhões. Um detalhe interessante é que Ahti programava em uma cadeira estofada que hoje está exposta no Museu Nacional da Estônia, em Tartu.

Mais recentemente, a Estônia tomou outra decisão audaciosa: a incorporação da inteligência artificial nas escolas. Professores e alunos têm acesso irrestrito ao ChatGPT, após um acordo com a OpenAI, que forneceu licenças para todas as instituições educacionais do país. O raciocínio por trás dessa iniciativa é o mesmo de anos atrás: se a inteligência artificial será uma parte integrante da vida no futuro, as escolas precisam se adaptar e preparar seus alunos desde já.

Ao olhar para a trajetória da Estônia, podemos refletir sobre a importância de adotar visões e estratégias inovadoras. A evolução do país em três décadas é um indicativo de como um plano bem estruturado pode impulsionar o desenvolvimento e a prosperidade. Isso nos leva a questionar: o que o Brasil está perdendo se não acelerar suas próprias transformações?

Em resumo, a Estônia mostra que, com visão e determinação, é possível superar desafios e romper barreiras. O país se tornou um modelo a ser observado, especialmente em um mundo cada vez mais digital e interconectado. O futuro pode nos surpreender, e exemplos como o da Estônia nos inspiram a trilhar caminhos mais ousados.

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