
A situação financeira dos clubes brasileiros continua em alerta. Um recente estudo revelou que muitos times da Série A estão próximos de ultrapassar o limite de endividamento, considerando sua capacidade de gerar receitas.
O relatório analisa quanto tempo cada clube precisaria para saldar suas dívidas, utilizando 20% da média das receitas dos últimos três anos ou as receitas projetadas para o próximo ano. Os dados são especialmente preocupantes para clubes que adotaram a estrutura de Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
Como é realizado o cálculo?
A pesquisa utiliza dois cenários:
- Média das receitas dos últimos três anos.
- Receita total prevista para o próximo ano.
Esse modelo permite entender a real capacidade de pagamento dos clubes, sendo fundamental para avaliar o risco de insolvência.
Clubes com mais dificuldade
Os dados mostram que os clubes que mais tempo levarão para quitar suas dívidas são:
- Atlético-MG: 22,5 anos (com média de receita) / 19,0 anos (com a receita de 2024)
- Cruzeiro: 21,9 anos / 15,6 anos
- Botafogo: 17,0 anos / 11,2 anos
- Vasco: 13,7 anos / 10,4 anos
- Corinthians: 12,1 anos / 10,5 anos
Curiosamente, o Corinthians é o único entre os citados que ainda opera sob um modelo tradicional associativo. Os outros quatro já são SAFs, mostrando que a mudança na gestão não elimina as dívidas acumuladas.
Clubes com melhor situação financeira
Em contrapartida, algumas equipes, como Cuiabá, RB Bragantino, Juventude e Criciúma, têm uma situação financeira mais saudável, levando menos de dois anos para quitar suas pendências se seguirem o modelo de pagamento sugerido:
- Cuiabá: 0,9 anos
- RB Bragantino: 0,9 anos
- Juventude: 0 anos
Esses clubes apresentam uma boa gestão financeira, evidenciando a importância do controle de gastos e planejamento estratégico.
Conclusão
A realidade financeira dos clubes de futebol no Brasil demonstra a necessidade urgente de reavaliação administrativa. Enquanto algumas equipes veem suas dívidas aumentarem, outras têm mostrado que um bom gerenciamento pode trazer estabilidade. A mudança de modelo pode ser uma solução, mas não garante que os problemas financeiros do passado sejam resolvidos automaticamente.
O acompanhamento contínuo dessas informações é fundamental para torcedores, diretores e todos os envolvidos no futebol brasileiro.