
Despedida de Nana Caymmi: A icônica voz da música brasileira nos deixa aos 84 anos
Nana Caymmi: Uma Voz Que Ecoará Na História da Música Brasileira
Na quinta-feira, 1º de outubro, a música brasileira perdeu uma de suas vozes mais queridas, Nana Caymmi, que faleceu aos 84 anos. A notícia foi confirmada por familiares próximos, que relataram que ela enfrentava problemas de saúde nos últimos meses.
Nana, que havia completado 84 anos no dia 29 de setembro, estava internada há nove meses e enfrentava um quadro delicado de saúde. Recentemente, ela havia sido tratada após sofrer uma overdose de opioides, conforme informado por seu irmão, o músico Danilo Caymmi. O público aguarda mais informações sobre a causa de seu falecimento.
Nascida Dinahir Tostes Caymmi em 29 de abril de 1941 no Rio de Janeiro, Nana era filha do renomado cantor e compositor Dorival Caymmi e da cantora Stella Maris. Desde pequena, esteve imersa no mundo da música. Em 1960, ainda adolescente, gravou sua primeira canção, homenageada em um disco de seu pai com a famosa faixa “Acalanto”, que se tornaria um clássico da infância brasileira.
Em uma entrevista de 1973, Nana se descreveu com um toque de sinceridade que caracterizou sua carreira: “Nana Caymmi é uma senhora neurótica. Venho de uma família de músicos, onde a música é mais nossa vida do que nosso ganha-pão.” Essa conexão com a arte seria a pedra angular de sua trajetória.
Em 1961, Nana se casou com o médico Gilberto José Aponte Paoli e se mudou para a Venezuela, onde deu à luz suas filhas. Mesmo longe, a música nunca abandonou sua vida. Ela voltou ao Brasil para retomar sua carreira após alguns anos, gravando seu primeiro LP.
Em 1966, Nana destacou-se ao vencer o I Festival Internacional da Canção da TV Globo com a canção “Saveiros”. No ano seguinte, casou-se novamente, desta vez com o cantor e compositor Gilberto Gil, com quem compôs a canção "Bom Dia", um marco da música popular brasileira.
Durante a década de 1970, Nana trabalhou com grandes nomes da Música Popular Brasileira (MPB), fazendo shows por todo o Brasil e também em países vizinhos. Seu álbum homônimo de 1975 consolidou sua presença na MPB, incluindo trabalhos com ícones como Milton Nascimento e Tom Jobim.
Nos anos seguintes, ela lançou diversos álbuns, sempre se reinventando e explorando novos estilos, como boleros e canções românticas. Seu disco “Resposta ao Tempo” (1999) receberia disco de ouro, solidificando seu legado na música brasileira.
Após um período de afastamento dos palcos devido à saúde de seu filho, Nana voltou com tudo, participando de importantes festivais e gravando novas canções. Sua persistência e amor pela música foram admirados pelos fãs e críticos, que sempre a consideraram uma artista singular.
Nos últimos anos, mesmo com desafios de saúde, como a remoção de um tumor, Nana continuou a gravar novas obras e a ser reconhecida por sua contribuição à música. Em sua essência, ela manteve-se fiel ao que mais amava: cantar e emocionar o público.
Através de sua trajetória, Nana Caymmi se destaca não apenas como intérprete, mas como um ícone da cultura brasileira, cuja música atravessou gerações. Embora tenha partido, seu legado viverá eternamente nas canções que ecoam pelo Brasil.
Descanse em paz, Nana, e que sua voz continue ressoando nos corações de todos nós.