
Despedida Emocionante: EUA Celebram a Vida do Ex-Presidente Jimmy Carter em Funeral de Estado
Os Estados Unidos se despedem do ex-presidente Jimmy Carter nesta quinta-feira, 9 de janeiro, com um funeral de Estado na Catedral de Washington. O evento é uma forma de honrar a memória de um homem descrito como “decente” pelo atual presidente, Joe Biden.
Desde o falecimento de Carter, ocorrido em 29 de dezembro, aos 100 anos, as bandeiras em todo o país estão a meio mastro como sinal de luto. Carter faleceu em seu estado natal, a Geórgia, onde será enterrado ao lado de sua esposa, Rosalynn, com quem compartilhou 77 anos de casamento.
Na quinta-feira, o caixão de Carter, coberto pela bandeira dos Estados Unidos, foi transportado do Capitólio para a catedral, permitindo que cidadãos prestassem suas homenagens em um momento de silêncio. O funeral de Estado contará com a presença de quatro ex-presidentes vivos: Bill Clinton, George W. Bush, Barack Obama e Donald Trump. Este último prestou sua homenagem a Carter no Capitólio, acompanhado de sua esposa, Melania, antes de sua transição na Casa Branca.
Durante uma entrevista recente, Biden relembrou um momento significativo com Carter, que, em sua última interação, pediu que ele fizesse o discurso fúnebre. Biden ressaltou que Carter era um homem com uma percepção única do mundo, expressando isso com um gesto que indicava o coração.
Jimmy Carter, que presidiu os Estados Unidos por um único mandato antes de ser derrotado por Ronald Reagan em 1980, inicialmente enfrentou críticas que o rotulavam como ingênuo e fraco. Contudo, ao longo dos anos, sua imagem se transformou, principalmente devido a suas realizações, como a mediação de um histórico acordo de paz entre Israel e Egito. Ele também recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2002, em reconhecimento a seus significativos esforços humanitários após deixar a presidência.
Carter é lembrado por seu sorriso acolhedor e por ter priorizado direitos humanos e justiça social durante sua administração. A política de sua gestão em relação à América Latina ilustra essa abordagem. Ele se opôs abertamente aos abusos realizados por ditaduras militares na região, retirou o suporte ao regime de Anastasio Somoza na Nicarágua e demonstrou a vontade de devolver o Canal do Panamá ao seu povo. Além disso, concordou em reabrir missões diplomáticas com Cuba.
Nascido em 1º de outubro de 1924, em Plains, Geórgia, Carter passou a maior parte de sua vida na pequena cidade do sul dos Estados Unidos. Depois de servir por sete anos na Marinha, onde trabalhou no programa de submarinos nucleares, ele retornou a Plains para administrar a fazenda de amendoim da família.
A carreira política de Carter teve início na década de 1960, quando se tornou senador da Geórgia e, posteriormente, governador em 1971. Ele foi eleito presidente em 1976 e, nos seus primeiros anos, os índices de aprovação de seu governo foram altos. Entretanto, seu tempo na Casa Branca também foi marcado por desafios significativos, como a crise dos reféns no Irã e a segunda crise do petróleo, que impactaram negativamente sua popularidade.
Chuck Schumer, um líder influente no Senado, descreveu Carter como um dos servidores públicos mais humildes e decentes que já existiram, ressaltando sua capacidade de liderar com compaixão e um forte senso de justiça.
Nesta quinta-feira, foi declarado um dia de luto nacional, e as agências federais interromperão suas atividades para permitir que todos honrem a memória de Jimmy Carter, um líder que, apesar de seus altos e baixos políticos, se destacou por sua dedicação ao serviço público e à promoção dos direitos humanos.