
Dólar despenca para o menor patamar em 3 meses: Tarifas e temores sobre crescimento nos EUA agitam o mercado!
O dólar registrou nesta terça-feira (4) seu menor valor em três meses, em meio a crescentes preocupações sobre o desaquecimento da economia dos Estados Unidos e o impacto de novas tarifas impostas sobre importações do Canadá, México e China.
As novas tarifas de 25% sobre produtos mexicanos e canadenses começaram a valer à meia-noite, seguidas pelo aumento das tarifas sobre mercadorias chinesas, que passaram de 10% para 20%. Em resposta, a China anunciou que, a partir de 10 de março, cobrará tarifas adicionais de 10% a 15% sobre produtos agrícolas dos EUA, como carnes, frutas, vegetais, soja e milho. O Canadá também reagiu com a adoção de uma taxa de 25% sobre bens importados dos EUA, e o México está se preparando para implantar medidas semelhantes.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda americana em relação a outras seis moedas, caiu 0,54%, fechando em 105,96 pontos, o menor nível observado desde dezembro. No Brasil, as operações de câmbio foram suspensas devido ao feriado de Carnaval e devem ser retomadas na quarta-feira (5).
Apesar do aumento das tarifas, o desempenho econômico dos EUA tem sido fraco, o que contribuiu para que o dólar não se valorizasse como esperado. Analistas observaram que, embora haja uma ampliação nas tarifas, a atividade econômica interna dos EUA está impedindo um fortalecimento significativo da moeda.
Com as incertezas no mercado, muitos investidores estão buscando segurança em ativos considerados mais estáveis, como o iene japonês e o franco suíço, que tiveram aumento de quase 1% em seus valores. O dólar canadense ganhou 0,45%, sendo cotado a 1,4471 por dólar americano, enquanto o peso mexicano teve uma queda de 0,3%, negociado a 20,76 por dólar, após ter alcançado seu menor valor desde o início de fevereiro.
Especialistas acreditam que o impacto das tarifas pode ser temporário se novos acordos forem estabelecidos. A análise indica que a resposta inicial do mercado, tanto para o dólar canadense quanto para o peso mexicano, foi relativamente moderada em relação à magnitude das tarifas impostas. Isso sugere que os participantes do mercado mantêm a expectativa de que as novas tarifas não se prolongarão por muito tempo, o que ajudaria a limitar interrupções no comércio e na economia.
O euro teve uma valorização de 0,5%, sendo cotado a US$ 1,0547, seu maior nível desde dezembro, impulsionado pela ausência de tarifas contra a União Europeia e pela aproximação dos rendimentos dos títulos da zona do euro em relação aos dos Estados Unidos. A libra esterlina, por sua vez, também avançou 0,3%, sendo negociada a US$ 1,2744.
Os rendimentos dos títulos do governo da zona do euro subiram em comparação aos dos EUA, e a decisão do governo americano de reduzir o apoio à Ucrânia pode levar a um aumento nas expectativas de endividamento e gastos com defesa. Os juros dos títulos do Tesouro dos EUA de 10 anos caíram para 4,115%, o menor nível desde outubro.
Além disso, a queda do dólar teve repercussão na cotação em relação ao iene, que recuou 0,9%, sendo negociado a 148,17 ienes por US$ 1, o menor valor desde outubro. O yuan chinês também se valorizou 0,3%, cotado a 7,265 por dólar.
Agora, os mercados estão atentos à reunião de política monetária do Banco Central Europeu programada para quinta-feira (6). Os investidores estão avaliando a possibilidade de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros, o que pode influenciar ainda mais o cenário econômico regional e internacional.
Em resumo, a atual situação do dólar e das moedas estrangeiras está relacionada a uma série de fatores econômicos e políticos, com os investidores analisando atentamente os desenvolvimentos nas tarifas comerciais e suas implicações para o comércio internacional e a estabilidade econômica.