Em meio ao tumulto, Conselho de Ética decide pela cassação de Glauber Braga!

Em uma sessão agitada, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou, no dia 9 de agosto, um parecer que sugere a cassação do mandato do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) por alegações de quebra de decoro parlamentar. A votação, que originalmente estava programada para a semana anterior, foi adiada após um pedido de vista. No total, 13 membros votaram a favor da cassação, enquanto 9 se opuseram à medida.

Agora, o parecer segue para votação no plenário, onde precisará do apoio de 257 deputados para ser efetivado. A ação contra o deputado foi iniciativa do partido Novo, após um incidente em que Glauber Braga expulsou um integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) de forma agressiva durante uma manifestação. O militante teria, segundo relatos, insultado o deputado e ofendido sua mãe.

O relator do caso, Paulo Magalhães (PSD-BA), comentou que, com base nas evidências apresentadas, Glauber ultrapassou os direitos e prerrogativas que lhe são conferidos pelo seu mandato. Essa mesma comissão já havia enfrentado críticas no passado, uma vez que Magalhães foi acusado de ter agredido um jornalista em uma ocasião anterior, mas não sofreu sanções.

A defesa de Glauber questionou a imparcialidade do relator antes da votação, argumentando que a busca por punição pode estar ligada a uma tentativa de Magalhães de desviar a atenção de suas próprias ações. Os advogados sustentaram que a presença de Magalhães na relatoria poderia criar uma percepção enganosa a respeito de sua natureza e caráter.

Durante a sessão, parlamentares e apoiadores do PSOL estiveram presentes com cartazes pedindo a permanência de Glauber no cargo. Entre os apoiadores, estava o ator Marco Nanini, que assistiu à votação enquanto cumpria sua agenda de apresentações na cidade.

Os apoiadores de Glauber argumentaram que é incoerente cassar seu mandato enquanto outro deputado, Chiquinho Brazão, acusado de participação na morte da vereadora Marielle Franco, ainda exerce suas funções. Em comparação, destacou-se que Brazão já gerou custos significativos aos cofres públicos devido à sua situação judicial, sendo réu no Supremo Tribunal Federal.

O Conselho de Ética possui a autoridade de aplicar diferentes tipos de punições, que vão desde censura até a perda do mandato. As punições mais severas devem ser ratificadas pelo plenário.

A sessão do Conselho foi marcada por intensos debates e tumultos. Desde o início, houve tentativas de adiar a discussão e a votação do parecer. Militantes e aliados de Glauber se manifestaram ativamente, com ele próprio anunciando uma greve de fome como protesto contra o processo disciplinar. Ele declarou que permanecerá no Conselho sem se alimentar até que o processo seja concluído.

Diante de episódios de perturbação durante os discursos, o presidente da Comissão de Ética, Leur Lomanto Júnior, decidiu restringir as manifestações do público presente durante os debates, visando garantir a ordem no procedimento.

Agora, o futuro político de Glauber Braga depende da votação no plenário e do apoio que ele conseguirá mobilizar entre seus colegas deputados. O desfecho desse caso pode ter implicações significativas não apenas para o deputado, mas também para a imagem e a credibilidade da Comissão de Ética da Câmara.

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