Imperatriz Leopoldinense brilha na estreia do Grupo Especial e luta pelo título: Confira a crônica de Aydano André Motta!

O Carnaval de 2025 se consolidou como uma verdadeira celebração do efêmero, nas palavras de muitos, ao trazer o desfile de quatro escolas do Grupo Especial em três noites memoráveis. O que se viu foi um sentimento de que a festa, que começa vibrante, já está terminando rapidamente, gerando uma sensação de nostalgia, como um haicai que captura uma emoção fugaz.

No primeiro dia de desfiles, as escolas Imperatriz Leopoldinense e Viradouro se destacaram. A Imperatriz levou a melhor, apesar de não ter emocionado completamente, preparando-se para a disputa pelo título. Celebraram um enredo que homenageava Oxalá, o orixá da ancestralidade, com alegorias impressionantes e uma bateria afiada que contagiou a Avenida. O desempenho da bateria, sob a regência do mestre Lolo, e a harmonia do casal de mestre-sala e porta-bandeira foram outros pontos altos da apresentação.

A Viradouro, regressando à luta pelo bicampeonato, apresentou um desfile luxuoso, mas com desafios na evolução, que deixaram os componentes menos conectados com o desempenho. Embora algumas alegorias tenham brilhado, como o imponente carro do Caboclo da Mata do Catucá, a escola teve que lidar com fantasias pesadas, o que afetou a fluidez da performance.

A Mangueira também fez sua entrada com grande estilo, trazendo uma comissão de frente de arrepiar que conquistou o público. No entanto, o enredo complexo e a sonoridade do samba não conseguiram estabelecer a conexão esperada, fazendo com que o desfile passasse com menos brilho do que o esperado.

A Unidos de Padre Miguel, por sua vez, voltou ao Grupo Especial após anos fora, rica em fantasias e em um enredo que explorava o terreiro de candomblé mais antigo do Brasil. Apesar da exuberância, a apresentação foi tímida, refletindo a ansiedade e a pressão de estar de volta à elite. A escola fez o melhor que pôde, porém não conseguiu mostrar a explosão energética dos ensaios.

O ambiente da Sapucaí, tomado por camarotes que mais se assemelhavam a boates barulhentas, criou uma atmosfera um tanto confusa, onde a essência do samba parecia perder espaço para outros ritmos. Era como viver uma balada peculiar, onde a escola de samba era apenas um aperitivo antes dos batidões.

As escolas, com suas alegorias bem elaboradas e suas fantasias criativas, se esforçaram para se destacar em meio à concorrência acirrada. A primeira noite de desfiles teve seus altos e baixos, mas uma coisa ficou clara: o Carnaval ainda é um espaço de magia, onde a tradição e a inovação se encontram, mesmo diante de desafios contemporâneos.

Com o fim dessa etapa, os foliões deixaram a Sapucaí com o gosto de “quero mais”, refletindo sobre a beleza e a tristeza do que é efêmero, mas que reside para sempre nas memórias dos que participaram dessa grande festa. A expectativa agora gira em torno da apuração dos resultados, onde saberemos quem se tornará a campeã do Carnaval de 2025.

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