Interrogatório Exclusivo: Bolsonaro e Outros Sete Réus da Trama Golpista Sob Foco – Não Perca!

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começou, na tarde do dia 9, os interrogatórios dos oito réus envolvidos no que é conhecido como “núcleo crucial” de uma suposta trama golpista. O primeiro a depor foi o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante seu depoimento, Cid ressaltou que houve pressão para que Bolsonaro assinasse um decreto e que os generais aceitassem essa medida. Ele afirmou que o ex-presidente “leu e enxugou” a chamada “minuta do golpe”, documento que, segundo Cid, ainda continha o nome do ministro Alexandre de Moraes.

O grupo de réus, que de acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR) era liderado por Bolsonaro, está sob a supervisão de Moraes, relator do caso na Corte. O depoimento de Cid, que teve início por volta das 14h e se estendeu até às 18h20, foi o primeiro de uma série de interrogatórios. Em seguida, quem irá depor é o deputado Alexandre Ramagem, ex-chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Cid afirmou ter presenciado a maioria dos fatos em questão, mas declarou não ter participado ativamente. Ele negou qualquer pressão para firmar um acordo de delação com a Polícia Federal em 2023, embora tenha manifestado desacordo com a linha investigativa.

Durante seu relato, o tenente-coronel confirmou a existência da “minuta de golpe”, revelando que Bolsonaro manipulou o documento, removendo algumas prisões de autoridades, mas mantendo o nome de Moraes ali. Cid também mencionou ter recebido dinheiro do ex-ministro Walter Braga Netto para financiar manifestações em frente a quartéis do Exército, alegando que a quantia foi entregue em uma caixa de vinho e levantada junto ao agronegócio.

Bolsonaro chegou ao STF por volta das 13h30, demonstrando confiança ao dizer que estava “tranquilo”. Ele e os demais réus ficaram sentados juntos durante o interrogatório, com o ex-ministro Braga Netto participando por videoconferência devido a sua prisão no Rio de Janeiro.

Durante os intervalos, Bolsonaro interagiu com a imprensa, reafirmando que não está se preparando para uma eventual prisão e que não espera ser condenado. Além de Moraes, o procurador-geral da República e os advogados de defesa poderão questionar os réus. Diferente das testemunhas, os acusados têm o direito de permanecer em silêncio, de acordo com os princípios legais.

Os interrogatórios estão previstos para durar até cinco dias, dependendo do andamento das oitivas. As falas dos réus serão feitas em ordem alfabética, começando por Mauro Cid, seguido por Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.

Bolsonaro e seus aliados enfrentam acusações de tentativas de golpe de Estado visando impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após a derrota nas eleições de 2022. A decisão de torná-los réus foi unânime e ocorreu no final de março, com a Primeira Turma composta por cinco dos 11 ministros do STF.

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