Lula e Novo CEO da Vale: Reunião Surpreendente Após Críticas!

Na última terça-feira, 28 de janeiro de 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou no Palácio do Planalto com o novo CEO da Vale, Gustavo Pimenta. Este foi o primeiro encontro entre o presidente e um executivo da mineradora em seu atual mandato. A reunião ocorreu após a mudança na presidência da empresa, que antes era comandada por Eduardo Bartolomeo, e incorporou um novo foco em uma relação mais amigável com o governo.

O encontro, que não estava na agenda oficial de Lula, foi anunciado somente no final da tarde pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência. O novo diretor de Relações Institucionais da Vale, Kennedy Alencar, um ex-assessor de Lula, também esteve presente, destacando a importância da comunicação entre a mineradora e o governo.

Durante a reunião, Gustavo Pimenta apresentou diversos projetos ao presidente, incluindo iniciativas de mineração circular, que visam o reaproveitamento de certos resíduos, e uma nova planta para a exploração de cobre na região de Carajás, no Pará. Lula foi convidado a visitar a localidade em breve, o que pode simbolizar um fortalecimento da parceria entre o governo e a mineradora.

Pimenta também compartilhou os dados de produção e vendas da Vale para o ano de 2024. O relatório indicou que, no quarto trimestre, a produção de minério de ferro teve uma queda de 4,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 85,3 milhões de toneladas. No acumulado do ano, a produção chegou a 327,675 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 2% em comparação a 2023.

Em comunicado, a Vale expressou otimismo sobre sua agenda de projetos, que, segundo Pimenta, está alinhada com as iniciativas para promover uma transição energética mais sustentável no Brasil. A empresa também destacou que, desde a chegada de Pimenta, foram realizados encontros frequentes com diversas partes interessadas, incluindo comunidades e investidores.

Entretanto, a Vale enfrenta desafios no mercado, havendo registrado uma desvalorização significativa que a levou a um de seus piores desempenhos desde 2016. As ações da companhia sofreram uma queda de 23,32% em 2024, principalmente devido à diminuição nos preços do minério de ferro globalmente.

Historicamente, Lula havia manifestado críticas à Vale, especialmente em relação à falta de compromisso da empresa com reparações após tragédias ambientais, como a de Brumadinho. Durante a comemoração do quinto aniversário desse trágico evento, o presidente criticou o que considerava a inércia da mineradora em compensar as consequências do desastre. Apesar disso, a Vale já firmou acordos de reparação significativos com o governo de Minas Gerais e com vítimas da tragédia.

A relação entre a empresa e o governo deteriorou-se nos últimos tempos, especialmente quando Lula tentava nomear o ex-ministro Guido Mantega para um cargo de destaque na companhia, o que gerou reações negativas no mercado. Desde a transição de Bartolomeo para Pimenta, as interações entre a Vale e o governo apresentaram sinais de melhora.

A nova liderança da Vale tem dado ênfase em construir um relacionamento mais robusto com as esferas governamentais, e a contratação de Kennedy Alencar como diretor de Relações Institucionais é um passo importante nesse sentido. A experiência de Alencar, que já trabalhou como assessor de Lula, pode facilitar a comunicação entre os dois lados, reforçando um caminho de colaboração em investimentos e projetos no Brasil.

O futuro da Vale, sob a nova gestão, parece estar caminhando para uma maior confluência com as metas do governo, pelo menos no que diz respeito ao desenvolvimento sustentável e à descarbonização. Espera-se que a empresa continue a buscar inovações e colaborações que não apenas beneficiem seus negócios, mas também contribuam para o desenvolvimento econômico e ambiental do Brasil.