
Ministros do STF Avaliam Interrogatório de Bolsonaro: ‘Sem Surpresas’ e ‘Tudo Dentro do Planejado’
Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) consideraram o interrogatório do ex-presidente Jair Bolsonaro como previsível e sem surpresas. Segundo essas fontes, Bolsonaro seguiu um roteiro esperado, sem apresentar novos argumentos, procurando minimizar as acusações que enfrenta.
A mesma observação se estende aos outros réus interrogados em um período de aproximadamente 15 horas nos últimos dois dias. Nos bastidores, a percepção é de que, por se tratar de réus, é natural que seus depoimentos se concentrem na negativa dos fatos atribuídos a eles, sem reviravoltas significativas.
Com esta fase de interrogatórios concluída, os acusados agora têm a oportunidade de se manifestar sobre possíveis novas investigações. Somente após essa etapa é que a ação poderá seguir para as alegações finais, etapa que antecede o julgamento.
Durante seu depoimento, Bolsonaro declarou que nunca apoiou qualquer tentativa de golpe de Estado e alegou não ter visto um documento que previa tal ação, afirmando apenas ter visto “considerandos”. Ele também negou ter discutido a prisão de autoridades e justificou sua ausência na posse de Luiz Inácio Lula da Silva com a afirmação de que poderia enfrentar “a maior vaia da história do Brasil”. Além disso, reiterou suas dúvidas sobre o sistema eleitoral, principalmente as urnas eletrônicas.
Em março, a Primeira Turma do STF aceitou uma denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) e tornou Bolsonaro e mais sete pessoas réus por suposta participação na articulação de um plano golpista. Desde então, várias testemunhas foram ouvidas, incluindo ex-comandantes do Exército e da Aeronáutica, além de outros personagens políticos importantes, como o vice-presidente da gestão anterior e o governador de São Paulo.
A expectativa no STF é que o processo esteja pronto para julgamento no início do segundo semestre, possivelmente entre setembro e outubro. O julgamento contará com a presença de todos os integrantes da Primeira Turma, que decidirá sobre a condenação ou absolvição dos réus.