
Recuperação Alivia Pressão na Azul: CEO Fala Sobre os Desafios e Oportunidades!
A Azul Linhas Aéreas recentemente tomaram uma decisão importante em sua estratégia financeira, suspendendo a fusão com a Gol e optando pelo pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11. Em entrevista, o CEO da Azul, John Rodgerson, destacou que a prioridade agora é encontrar soluções para os problemas financeiros da empresa, sem se aprofundar na situação atual da operação com a Gol. Ele acredita que, ao reestruturar sua dívida, a companhia poderá ter mais sucesso no futuro.
Rodgerson tranquiliza que o processo deve ser ágil, uma vez que a empresa já conta com um acordo prévio com seus credores e adicionais parceiros estratégicos, como United e American Airlines. Com essas mudanças, a Azul tem planos de melhorar a negociação de suas ações na B3, passando a fazer parte do Novo Mercado, que é restrito a ações com direito a voto.
A situação financeira da Azul se agravou nos últimos anos. Em 2019, a companhia pagava R$ 150 milhões em juros anuais, mas esse valor saltou para R$ 1,6 bilhão no último ano, o que elevou o custo médio de cada passagem. A Azul enfrentou dificuldades, incluindo a falta de apoio durante a pandemia e a desvalorização significativa do real. Com a recuperação judicial, a empresa espera reverter essa situação e retomar os investimentos.
Sobre a participação das duas concorrentes, Rodgerson enfatizou que já existe uma parceria histórica com a United, enquanto a American viu uma oportunidade de expandir sua presença no Brasil, um mercado estratégico. Ambas as companhias estão dispostas a investir entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões cada, após a recuperação financeira.
Em relação aos credores, a Azul já está negociando a reestruturação de seus passivos. A AerCap, que possui a maioria das aeronaves da Azul, concordou em anular quase US$ 1 bilhão em dívidas acumuladas durante a crise. Outros credores também estão dispostos a perdoar parte de suas dívidas em troca de ações da empresa.
Ainda não se definiu a porcentagem específica de participação acionária que a United e a American terão após o Chapter 11, mas ambas terão assentos no conselho de administração, influenciando as decisões estratégicas da Azul.
A dívida total apresentada nos EUA é de R$ 35 bilhões, e as expectativas são de que, com as negociações, esse montante seja reduzido pela metade. O objetivo é melhorar a relação de endividamento, que atualmente está em quatro vezes o lucro antes de juros, impostos e amortizações, para algo entre duas a duas vezes e meia.
Rodgerson acredita que todo o processo pode ser concluído em até um ano, dependendo da agilidade nas negociações. A mudança na listagem da empresa na bolsa brasileira será uma das únicas comunicações necessárias ao Brasil.
Embora a fusão com a Gol ainda esteja em questão, Rodgerson está focado no futuro e nos próximos passos da Azul para reestruturar e fortalecer a companhia.