
Revolução no Direito: Descubra como a Herança Digital e Novas Regras para Cônjuges Estão Mudando Tudo!
Mudanças nas regras de herança e partilha de bens estão sendo discutidas no Senado, no âmbito do novo Código Civil. A proposta busca modernizar a legislação atual e inclui, entre outras novidades, o conceito de “herança digital” e a exclusão dos cônjuges da lista de herdeiros necessários.
Uma das inovações principais é a introdução do “patrimônio digital”, que abrange ativos intangíveis e imateriais que possuem valor econômico, pessoal ou cultural. Isso inclui, por exemplo, moedas eletrônicas, criptoativos, milhas aéreas, jogos digitais, e perfis em redes sociais. A ideia é reconhecer que, com o avanço da tecnologia, muitos bens de uma pessoa agora estão no ambiente digital e precisam ser considerados na hora da herança.
A herança digital também inclui senhas e dados financeiros, bem como arquivos de conversas, vídeos, fotos, e recompensas em programas de fidelidade. Um dos advogados envolvidos na elaboração do projeto ressaltou que a legislação atual não aborda esses ativos digitais, o que pode gerar dificuldades para os herdeiros ao reivindicar seus direitos. A falta de uma norma específica leva, na prática, à conclusão de que esses direitos se extinguem com a morte do titular, uma disparidade que a reforma visa corrigir.
O projeto propõe que, em caso de falecimento, as mensagens privadas armazenadas em ambientes virtuais não possam ser acessadas pelos herdeiros, a menos que haja uma autorização prévia do falecido. Para acessar essas informações, será necessária uma autorização judicial que comprove a necessidade do acesso.
Além das questões relativas ao patrimônio digital, o projeto propõe mudanças significativas nas regras de sucessão para cônjuges e companheiros. Atualmente, cônjuges são considerados herdeiros necessários, mas a proposta altera essa condição, reconhecendo apenas pais e filhos (ascendentes e descendentes) como herdeiros necessários. Os cônjuges e companheiros ainda permanecerão na ordem de sucessão, porém com uma posição menos privilegiada, ocupando o terceiro lugar, após descendentes e ascendentes.
Outra importante mudança diz respeito aos bens particulares, que são aqueles que uma das partes tinha antes do casamento ou união estável. No novo modelo, os cônjuges não herdarão esses bens, o que representa um desvio das práticas atuais e é visto por muitos como uma forma de evitar o “enriquecimento sem causa”.
A proposta de reforma do Código Civil foi elaborada por uma comissão de juristas e é uma resposta à crescente necessidade de adequação das leis à realidade contemporânea. O projeto foi apresentado oficialmente no início deste ano e aguarda a tramitação adequada. A atualização da legislação é vista como urgente, principalmente em relação à herança digital, e a discussão é uma oportunidade para alinhar o direito aos desafios da sociedade atual.
Essas mudanças têm o potencial de impactar significativamente a forma como os bens são transferidos após a morte, refletindo a evolução das relações e dos ativos que as pessoas possuem na era digital.