
Richard Wolff Revela: O Colapso dos Estados Unidos é Imminente!
Em uma recente entrevista, o economista Richard Wolff apresentou uma análise detalhada do estado atual do capitalismo nos Estados Unidos, evidenciando que o país passa por uma crise que pode ser vista como o colapso de um arranjo histórico criado após a Segunda Guerra Mundial. Para Wolff, a administração do ex-presidente Donald Trump intensificou um processo que impacta diretamente a classe trabalhadora, tanto nacionalmente quanto em termos globais.
Wolff argumenta que as políticas adotadas pelo governo Trump devem ser entendidas como uma espécie de “guerra” contra a classe trabalhadora. Ele sugere que a crise atual reflete o desgaste de um pacto entre os Estados Unidos e os países europeus, que, durante décadas, sustentou a ordem econômica global com os EUA em posição de liderança.
### O Acordo Pós-Guerra
Wolff aponta que, ao final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos enfrentaram o desafio de limitar a expansão dos direitos sociais promovidos pelo New Deal, que trouxe conquistas como salário mínimo, previdência social e seguros de desemprego. Simultaneamente, havia a necessidade de evitar uma nova recessão em um período de desmobilização da economia de guerra. Para ele, o desmonte desse pacto do New Deal se estendeu por mais de cinquenta anos.
Além disso, a preocupação geopolítica também era premente, já que partidos socialistas e comunistas ganharam força na Europa durante os anos 30 e se destacaram na resistência contra o fascismo. Esses movimentos, que buscavam ampliar os direitos sociais, causaram apreensão entre os capitalistas europeus, especialmente com a proximidade da União Soviética.
### A Estratégia Americana
Diante desses desafios, os Estados Unidos estabeleceram uma estratégia que envolvia oferecer proteção militar e apoio financeiro à Europa em troca da contenção dos movimentos socialistas e comunistas. A lógica desse acordo era clara: os países europeus não precisariam gastar com defesa, pois os EUA assumiriam essa responsabilidade. Assim, poderiam focar em competir com os benefícios sociais que os soviéticos ofereciam.
Esse arranjo foi sustentado por um modelo de endividamento, onde os EUA preferiam financiar suas operações de guerra por meio de dinheiro emprestado, ao invés de aumentar impostos, que poderiam gerar resistência popular. Curiosamente, durante um período, até mesmo países europeus contribuíram para essa dinâmica ao adquirir títulos da dívida norte-americana.
### O Colapso do Modelo
Wolff argumenta que esse modelo não é mais sustentável e que o que se observa agora é um colapso desse acordo. Ele destaca que as guerras no Vietnã e no Iraque foram perdas significativas para os EUA, e atualmente, a situação na Ucrânia também reflete uma sequência de dificuldades. Essa decadência econômica e militar é acompanhada por uma crise institucional, caracterizada por cortes em serviços públicos e o sucateamento de agências estatais.
O economista observa que essas ações prejudicam a vida dos cidadãos, especialmente os mais jovens, que se veem obrigados a entrar no setor privado em busca de empregos com salários mais baixos. Para ele, o país parece estar enfrentando os desafios de um império em declínio, com comportamentos que podem ser interpretados como desesperados.
Wolff convida todos a reconsiderar a narrativa dominante sobre a eficiência e o progresso dos EUA, apresentando uma visão que conecta a crise atual a um projeto econômico e político que já não se sustenta. Ao desafiar a ilusão da continuidade do poder americano, ele incentiva uma reflexão sobre o futuro que se desenha a partir deste colapso.
A reflexão de Wolff sobre o capitalismo e seus desdobramentos atuais fornece uma perspectiva crítica e abrangente, que convida a um diálogo mais profundo sobre os rumos que podem ser tomados na economia e na sociedade.