Tarifa de Metrô e Trens pode cair para R$ 4,70! Descubra o que vem por aí!

Tarifas do Transporte Público no Rio de Janeiro: Desafios e Possibilidades

Na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio, uma pichação destaca a insatisfação popular com os preços das passagens: “R$ 7,90. Tá caro”. Essa expressão reflete a frustração de muitos usuários do metrô e dos trens, que enfrentam não apenas tarifas elevadas, mas também superlotação e uma queda na qualidade dos serviços prestados.

Diante dessa situação, o governo do estado, apesar de um rombo orçamentário de R$ 14,6 bilhões em 2023, considera a possibilidade de reduzir o valor das passagens de trem e metrô para R$ 4,70, similar aos preços das barcas, que foram ajustados em março. O secretário estadual de Transportes acredita que essa mudança poderia atrair até 500 mil novos passageiros diariamente, elevando a utilização do metrô e dos trens para 900 mil e 600 mil usuários, respectivamente.

Implementar essa redução, no entanto, implicaria um custo de R$ 300 milhões neste ano e R$ 500 milhões em 2026, recursos que viriam do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (FECP). A efetivação desse plano aguarda a assinatura de um decreto pelo governador do estado, embora a data da implementação ainda não tenha sido definida.

O secretário argumenta que mesmo o investimento é pequeno comparado aos benefícios: mais passageiros podem ser levados para o transporte público, reduzindo o número de carros nas ruas e contribuindo para uma maior eficiência do sistema.

Desafios Orçamentários e Estruturais

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) já aprovou a reestruturação do FECP, ampliando os recursos disponíveis, que atualmente somam cerca de R$ 5 bilhões. Contudo, especialistas e parlamentares expressam preocupações. O deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha aponta que, mesmo que a redução das tarifas possa aliviar o déficit, o estado ainda enfrentará um rombo significativo.

Além disso, a reestruturação do sistema de trens, que tem sua concessão devolvida à SuperVia entre julho e setembro, requer um modelo que permita ao estado manter a arrecadação da bilhetagem enquanto licita a operação. Isso significaria que o operador dos trens seria pago com base na quilometragem transportada, oferecendo mais flexibilidade na formação das tarifas.

No que se refere ao metrô, o cenário é um pouco mais complicado, uma vez que se trata de uma concessão que requer subsídios para a diminuição das tarifas. Algumas sugestões de especialistas incluem a utilização de recursos do fundo de transportes para subsidiar as passagens.

Economistas alertam que a redução das tarifas pode resultar em um impacto financeiro a longo prazo. À medida que os custos para o estado aumentam, a pressão sobre o orçamento pode se intensificar, criando um ônus que poderá ser sentido mais adiante.

Qualidade dos Serviços e Infraestrutura

A insatisfação com o transporte público no Rio é uma questão complexa, conforme indicado em uma pesquisa que revela que 40% dos usuários consideram a mobilidade urbana local como ruim ou péssima. Muitos reclamam da falta de integração entre os diferentes modos de transporte, da sobrecarga nos vagões e dos altos preços das passagens.

Um exemplo comum é o descontentamento de passageiros que pagam R$ 7,60 por viagens em trens sobrecarregados e em condições precárias. Para muitos, a solução para a superlotação não é apenas a redução tarifária, mas também a melhoria da operação do sistema. A compra de novos trens e a modernização da infraestrutura são medidas necessárias para garantir que um potencial aumento na demanda não ocorra à custa do conforto e da eficiência.

O MetrôRio, em comparação a outros sistemas no Brasil, ainda depende da tarifa integral, o que contribui para as taxas mais altas. Em outras cidades, o subsídio é uma prática comum, permitindo tarifas mais acessíveis.

Exemplos de Sucesso em Outros Modos de Transporte

Recentemente, a tarifa das barcas foi reduzida de R$ 21 para R$ 7,70, o que resultou em um aumento significativo no número de passageiros. Dados mostram que, na comparação entre março e abril, houve uma diminuição de cerca de seis mil veículos nas ruas de Niterói, evidenciando um efeito positivo da redução das tarifas aquaviárias na mobilidade urbana.

A experiência na linha de Charitas, onde o preço foi ajustado para R$ 7,70, também ilustra como a redução nos custos pode atrair mais usuários, aumentando o fluxo de passageiros e, consequentemente, contribuindo para a diminuição da quantidade de veículos nas vias.

Conclusão

A discussão sobre a redução das tarifas do metrô e dos trens é complexa, envolvendo considerações orçamentárias, estruturais e de qualidade de serviço. A capacidade de atrair mais passageiros, ao mesmo tempo em que se melhora a operação e se garante o conforto, será determinante para a eficácia das mudanças propostas.

A mobilidade urbana no Rio de Janeiro é um reflexo de desafios mais amplos que a cidade enfrenta, e só por meio de um planejamento cuidadoso e uma execução eficaz, será possível criar um sistema de transporte que atenda as necessidades da população de forma sustentável e eficiente.

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