
Tarifas Ameaçam Economia dos EUA com Impacto Superior ao da Covid!
Os Estados Unidos estão enfrentando sérias consequências devido à recente guerra tarifária iniciada pelo ex-presidente Donald Trump. Economistas e instituições financeiras projetam uma desaceleração da economia, aumento da inflação e crescimento do desemprego. De acordo com algumas previsões, o país pode perder cerca de meio milhão de empregos por conta dessa situação.
Um dos principais fatores agravantes é a reação da China, que anunciou a suspensão da exportação de minerais essenciais, fundamentais para diversas indústrias americanas, como a automotiva, aeroespacial e militar. Além disso, houve a interrupção das compras de aviões da Boeing. Esse não é um cenário isolado; as dificuldades nas cadeias produtivas terão um impacto mais severo do que o observado durante a pandemia. Especialistas acreditam que a produção de certos bens provenientes da China não pode ser facilmente substituída, o que agrava a situação.
Recentes estudos indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA deve crescer apenas 1,1% neste ano, um avanço consideravelmente inferior ao registrado no ano anterior, que foi de 2,8%. Esse resultado não se deve apenas à inflação, que está em ascensão, mas também à diminuição dos investimentos empresariais, ao recuo do consumo e à crescente desconfiança em relação à gestão fiscal do país. Os efeitos nefastos da guerra tarifária incluem não apenas a pressão inflacionária, mas também um aumento no desemprego, algo que não foi tão acentuado durante o período da Covid-19.
As previsões apontam que a inflação, medida pelo índice de despesas com consumo pessoal, deve subir de 2,5% no final do ano passado para 5% neste ano. As chances de o país entrar em recessão são consideradas elevadas, com alguns especialistas calculando um risco de 40%. Os temores sobre uma possível repetição dos altos níveis inflacionários de 2021 e 2022 têm gerado preocupação entre economistas e líderes financeiros.
A economia global também sentirá os efeitos das tarifas, embora em menor grau do que a americana, projetando-se uma desaceleração de 3,2% para 2,7%. Porém, alguns países podem se beneficiar, como o México, que pode atrair mais cadeias de produção mais próximas aos EUA. A Europa poderá sentir um leve impacto positivo, principalmente devido ao aumento dos gastos com defesa e emissão de títulos da dívida.
Entretanto, a China provavelmente não atingirá sua meta de crescimento de 5% para este ano, e outras economias asiáticas deverão enfrentar um cenário predominantemente negativo, com exceção da Índia, que continua atraindo investimentos. Os países emergentes, em geral, devem sofrer com a turbulência global, que já era desafiadora antes das tarifas.
No que diz respeito ao mercado de trabalho nos EUA, a justificativa de aumentar a indústria nacional e criar empregos por meio das tarifas foi contestada. Estimativas indicam que, enquanto as tarifas podem gerar um número limitado de novas vagas, um número significativamente maior de empregos pode ser perdido devido ao aumento nos custos de insumos e pressão sobre preços. As tarifas atualmente em vigor têm um impacto negativo sobre o emprego maior do que os benefícios esperados para a indústria local.
Análises de instituições financeiras sugerem que um aumento de 10% nas tarifas pode resultar em um incremento de no máximo 1% nas indústrias protegidas. Contudo, a média geral é apenas de 0,4%, o que mostra que os resultados são modestos. O impacto das tarifas representa um aumento de impostos para as famílias e empresas dos EUA, causando estragos na economia.
Esses aspectos ressaltam a complexidade das políticas comerciais e os potenciais efeitos indesejados de tarifas amplas não direcionadas. Os setores mais vulneráveis enfrentam desafios, e o cenário econômico global está em constante evolução, exigindo atenção cuidadosa de líderes e formuladores de políticas. É um momento crítico que pode moldar as direções econômicas e comerciais futuras, tanto para os EUA quanto para o restante do mundo.