Venda de Ozempic agora exige receita: descubra o que isso significa para você!

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou uma nova medida que impacta a venda de medicamentos análogos ao GLP-1, como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, amplamente utilizados no tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade. A partir de agora, esses medicamentos estarão disponíveis nas farmácias apenas mediante retenção de receita médica.

Essa mudança visa combater o uso inadequado desses fármacos, assegurando que sejam utilizados conforme as indicações aprovadas na bula. A nova regra entrará em vigor 60 dias após a sua publicação oficial. Atualmente, tais medicamentos já possuem a classificação de tarja vermelha, exigindo receita médica para a compra, mas têm sido adquiridos de forma fácil e sem a devida orientação profissional.

Os produtos, que agora seguirão regras semelhantes às aplicadas a antibióticos, também continuarão a ser classificados como tarja vermelha, mas com a diferença de que a receita médica será retida na farmácia. A prescrição poderá ser usada por até 90 dias para tratamentos prolongados, e o médico deverá especificar a quantidade a ser utilizada a cada 30 dias.

Essa retenção da receita é importante, pois evitará que pacientes utilizem medicamentos sem supervisão médica. O farmacêutico ficará responsável por não aceitar receitas que excedam os prazos estabelecidos pela nova regra.

A Anvisa também destacou a relevância de utilizar esses medicamentos apenas dentro das indicações específicas, pois o uso fora das recomendações pode representar riscos à saúde. Isso se torna ainda mais pertinente considerando que atualmente cerca de 32% das notificações de efeitos adversos associados ao uso de semaglutida envolvem a administração fora das diretrizes aprovadas. Em comparação, a taxa global de eventos adversos é de aproximadamente 10%.

Além disso, as notificações de pancreatite relacionadas com semaglutida no Brasil são quase o dobro das reportadas em outros países, o que levanta preocupações sobre a segurança do uso desses medicamentos sem acompanhamento médico.

Dentro da indústria farmacêutica, há um debate sobre a nova regra. Alguns representantes defendem que a venda livre dos medicamentos sem a retenção da receita possa ser mantida, ao mesmo tempo em que expressam preocupações com a manipulação inadequada desses fármacos em farmácias sem regulamentação, o que pode comprometer a segurança e eficácia dos produtos.

A Anvisa optou por manter a vigilância sobre as farmácias de manipulação, prometendo monitorar as vendas e práticas desses estabelecimentos. No entanto, algumas associações do setor farmacêutico argumentam que a retenção de receita não resolverá o problema do mercado paralelo que inclui a manipulação de medicamentos sem padrões adequados de qualidade.

Em dezembro, organizações médicas expressaram seu apoio à retenção da receita, destacando a importância do uso responsável e seguro dos agonistas de GLP-1. Elas manifestaram preocupação com o aumento do uso desses medicamentos para fins estéticos, enfatizando que, apesar de serem seguros quando usados corretamente, é crucial que haja supervisão médica para evitar complicações e riscos à saúde.

Essas entidades alertam que a automedicação e a tentativas de adquirir esses medicamentos de forma irregular podem não apenas colocar a saúde dos pacientes em risco, mas também dificultar o acesso àqueles que realmente precisam do tratamento.

Assim, a Anvisa está implementando uma medida que pode ajudar a regularizar e garantir o uso seguro de medicamentos que, embora eficiente, requerem responsabilidade e acompanhamento profissional para sua prescrição.

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